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Maestra, pianista e compositora, Andréa Huguenin Botelho é uma das maiores referências mundiais na conexão cultural Brasil-Alemanha e na luta pela equidade de gênero na música
A maestra, compositora, pianista e pesquisadora Andréa Huguenin Botelho está em estúdio preparando o seu terceiro álbum de 2025, com previsão de lançamento para o segundo semestre. Photosynthesis é uma parceria com a contrabaixista Duda Botelho, sua filha e um dos maiores talentos de sua geração. No início deste ano, a maestra já havia lançado Women and the Double Bass em parceria com a contrabaixista australiana Helen BuchBach. Fruto de mais de dois anos de pesquisas e composição, este projeto buscou renovar o repertório para contrabaixo e piano com peças compostas exclusivamente por mulheres.
Já o álbum Cantata Ayabás, lançado em maio, é um registro da obra homônima, concebida para coro feminino, solistas (soprano e alto), orquestra de câmara e percussão brasileira, e que reuniu no palco cerca de 80 músicos e cantoras de diversas nacionalidades, entre alemães, poloneses, venezuelanos, ucranianos e brasileiros. “Esta cantata não apenas valoriza o patrimônio cultural dos países africanos que estão presentes no Brasil, mas também marca historicamente a primeira obra neste teor apresentada na capital alemã”, afirma Botelho.
Interculturalidade e igualdade de gênero: Residente em Berlim há mais de duas décadas e referência mundial no campo da música, Andréa Huguenin Botelho é figura central no diálogo Brasil-Alemanha e tem papel influente na defesa da igualdade de gênero na música. Desde 2023, ela ocupa a cadeira número 33 na Academia Nacional de Música do Brasil. Este reconhecimento marcou um momento significativo em sua carreira e destaca a sua influente contribuição à música brasileira.
Em 2016, Andréa Huguenin Botelho fundou um programa dedicado à música brasileira na Staatliche Musikschule Charlottenburg-Wilmersdorf, a maior e mais antiga escola de música da Alemanha e a única escola pública da Europa que, dentro das suas inúmeras ofertas pedagógicas, inclui um programa de ensino dedicado à música brasileira. Neste mesmo ano, fundou o primeiro coral infantil bilíngue alemão-português, o Curumins em Berlin.
Juntamente com seu trabalho orquestral e pedagógico independente, Andréa é regente de orquestra e coral no Brasil Ensemble Berlin e no Ayabás Chor Berlin.
Atualmente, ela desenvolve importante trabalho de pesquisa sobre as mulheres na regência, e luta pelo reconhecimento de compositoras e pelo avanço dos direitos das mulheres nesta área da música. Sua pesquisa de doutorado, em andamento na Freie Universität Berlin, sobre a maestra e compositora brasileira Joanídia Sodré, destaca ainda mais o seu compromisso em descobrir e promover as contribuições das mulheres na música.
Andréa Huguenin Botelho participa, desde a primeira edição, de atividades ligadas ao International Symposium on Women Conductors. Colabora com o Archiv Frauen und Musik, em Frankfurt, uma plataforma para celebrar e redescobrir os legados de compositoras, e é embaixadora da Donne Foundation, Women in Music.
Em paralelo às suas atividades, a maestra trabalha atualmente em projetos de curadoria com o Schloss Britz, renomado Centro Cultural em Berlim, onde apresenta uma série de concertos dedicados a compositoras, intitulada "Komponistin". Em 2024/2025, uma sequência dessa série foi realizada e dedicada a compositoras contemporâneas.
Andréa Huguenin Botelho nasceu no Rio de Janeiro e formou-se em música - performance pianística, aos 19 anos de idade, pela Universidade do Rio de Janeiro - Uni-Rio. Aos 25 foi para Alemanha prosseguir seus estudos na Staatliche Hochschule für Musik Karlsruhe. Seu currículo inclui mestrado em piano e regência orquestral pela Georgia State University, Licenciatura em performance pianística pela Staatliche Hochschule für Musik Karlsruhe e especialização em regência de ópera pelo Mariinsky Theater de São Petersburgo.